A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a petrolífera estatal do MPLA, Sonangol, contrataram um serviço especializado para identificar a presença de petróleo e outros hidrocarbonetos na área dos blocos terrestres da Bacia do Kwanza, em Angola.
Numa nota de imprensa, a ANPG, concessionária e reguladora do sector, refere que, em colaboração com a Sonangol Exploração e Produção, decidiu avançar com a aquisição de dados geológicos, num projecto que terá inicio em Setembro deste ano, para um melhorar conhecimento geofísico e geológico dos referidos blocos.
Para isso contratou “um serviço especializado para a aquisição de dados gravimétricos, que compreende o estudo e análise de resíduos, e magnetométricos, que se refere ao grau de magnetização, nos Blocos Terrestres da Bacia do Kwanza, que abrange as províncias de Luanda, Malanje e Cuanza-Norte, nomeadamente os Blocos KON-11, KON-12 e KON-15.
O projecto será executado pelo consórcio Striped-Horse e Metatek, e “utiliza a tecnologia Airborne e FTG na recolha de dados fundamentais para a elaboração de mapas geofísicos de alta resolução”, refere a nota, salientando que a primeira parte da empreitada compreende a recolha e processamento de dados, com uma duração de 45 dias.
Este trabalho vai ser efectuado com recurso a uma aeronave especializada, numa operação com menos impacto para o ambiente, garantem, sendo que os resultados finais do estudo vão ser entregues pelo consórcio no primeiro trimestre de 2025.
“Os dados adquiridos vão permitir identificar variações nas propriedades das rochas, indicando a presença de estruturas geológicas que possam conter petróleo e outros hidrocarbonetos, à luz da Estratégia de Exploração levada a cabo pela ANPG”, destaca na nota.
Esta iniciativa é considera pela Agência “um avanço significativo no compromisso de mapear e compreender a geologia regional, para além de avaliar o potencial prospeCtivo dos Blocos operados (KON 11 e KON 12) e a ser operado (KON 15) pela Sonangol Exploração & Produção na Bacia Terrestre do Kwanza”.
RESERVAS INTERNACIONAIS ANGOLANOS
Enquanto o MPLA (no Poder há 49 anos) procura mais petróleo, as reservas internacionais angolanas fixaram-se em 14,6 mil milhões de dólares (13,5 mil milhões de euros), em Julho passado, uma variação mensal positiva de 1,66%, e o maior valor verificado este ano, segundo uma análise do Banco Millennium Atlântico.
Os dados do Banco Millennium Atlântico, divulgados numa nota de análise, mostram que este é o maior valor verificado desde Dezembro de 2023, altura em que registou 14,7 mil milhões de dólares (13,6 mil milhões de euros).
No mês de Junho, o ‘stock’ das reservas internacionais tinha também subido tendo-se fixado em 14,4 mil milhões de dólares (13,3 mil milhões de euros), correspondendo a uma cobertura de 7,2 meses de importação de bens e serviços.
De acordo com a análise, “este crescimento pelo segundo mês consecutivo deve-se à recuperação em 3,67% da disponibilidade dos direitos especiais de saque” para 620,9 mil milhões de dólares (573,8 mil milhões de euros), e das “reservas do FMI [Fundo Monetário Internacional]” para 150,8 mil milhões de dólares (139, 3 mil milhões de euros), enquanto os depósitos registaram um aumento significativo de 9,65%, para 5,4 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).
“Contrariamente, a disponibilidade de moeda estrangeira manteve o ritmo de redução, pelo terceiro mês consecutivo e fixou-se em 63,08 milhões de dólares no mês em análise”, lê-se no documento.
Em declarações à Lusa, a economista angolana, Joyce Domingos, referiu que esta tendência de crescimento deve manter-se, por haver cada vez menos necessidade de intervenção do Banco Nacional de Angola (BNA) no mercado cambial.
Segundo esta especialista, estes activos, que constituem as reservas internacionais, estão a ser bem rentabilizados e permitem ao banco central contribuir para a estabilidade do mercado cambial.
Joyce Domingos frisou que a intervenção do banco central tem sido reduzida no mercado cambial, deixando este espaço aos normais intervenientes, nomeadamente empresas petrolíferas e diamantíferas, com vista ao ajustamento do mercado.
“A princípio é que se mantenham essas reservas nas aplicações em que estão, que continuem a rentabilizar, e as saídas sejam cada vez mais reduzidas, porque quem tem feito mais intervenções é o Tesouro Nacional”, adiantou.
No que se refere à moeda estrangeira, Joyce Domingos frisou que a sua contínua redução deve-se à disponibilidade reduzida de aquisição a nível interno pelo BNA.